Barulheira Extrema Webzine #1

Biografias



The Amenta, que significa underground em egípicio, é uma banda australiana da cidade de Sydney formada no ano de 2002. Ainda com uma discografia curta mas de uma maestria ímpar. Eles executam um brutal death metal com influências industriais que deixam os ouvidos zumbindo por um bom tempo pois emana da música desses caras, além de um técnica apurada, uma barulheira carregada de agressividade como há muito não se escutava. Aconselho ouvir com um certo cuidado porque não é uma tarefa das mais fáceis, principalmente se você não tem os ouvidos calejados por som brutal e barulhento. Atualmente a banda é formada por: Diazonon - bateria, Erik Miehs - guitarra, Timothy Pope - samples e programações, Dan Quinlan - baixo e Cain Cressall - vocal. 


Albums de estúdio: Occasus (2004), n0n (2008) e Flesh Is Heir (2013)

Album obrigatório: The Amenta - Flesh Is Heir [Listenable Records/2013]  [Ouvir Album]

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Os gaúchos do Pietà não são uma banda nova, surgiram no final dos anos oitenta em Porto Alegre, talvez por isso sejam considerados os pioneiros do grindcore aqui no Brasil. Em 1993 lançaram sua debut demo-tape intitulada "Metropolis Bases" e em 1996 o primeiro album "Reconscience". Depois disso encerraram as atividades, voltando anos depois. Em 2014 lançaram o segundo full lenght "Chaotic Grindcore" mostrando toda sua originalidade em um tipo de grindcore experimental e ousado. A banda é (desde o início) formada por: Leandro Sberzesengik - vocal e guitarra, Artur Teló - baixo e Marcos Amato - bateria e vocal. Pra quem não conhece a banda, é uma boa alternativa para sair da mesmice que se encontra o grindcore atual. É bom frisar a excelente qualidade das gravações do Pietà, que serve como um exemplo a ser seguido pelas bandas iniciantes.


Albums de estúdio: Reconscience (1996) e Chaotic Grindcore (2014)

Album obrigatório: Pietà - Reconscience [Independente/1996]  

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Banda formada em 2006 na cidade de Cleveland, Ohio-EUA por Jason Luchka - baixo, Dave Johnson - bateria e vocal e Damon Gregg - guitarra e vocal. Apesar de desconhecidos pela maioria do pessoal que curte som extremo e underground isso não impede que eles realizem excelentes trabalhos, basta conferir sua curta discografia, composta por dois albums e um ep, para terem uma idéia da capacidade desses caras. Imagine um sludge/doom metal com vocais ora gritados, ora guturais, guitarras ultrasaturadas com afinação baixa, bateria porrada e bem sincronizada e baixo pesadão e bem marcado. As temáticas líricas abordam temas como depressão, guerras, morte, não aconselho ouvir o som deles estando em baixo astral pois dá pra fazer um estrago legal, além de que o baruho produzido por eles já causa estrago suficiente. 


Albums de estúdio: The End Is Not Near Enough (2008) e Accelerated Rate Of Decay (2012)

Album obrigatório: DeathCrawl - The End Is Not Near Enough [Independente/2008]  [Ouvir Album]

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Resenhas


Aspidis - Demo 2012/2013 [Independente/2013]
Há um bom tempo que se ouve falar em black metal sinfônico, atmosférico, entre outros, mas esquecem daquele black metal que surgiu para atormentar, angustiar os ouvintes e, é essa proposta que o Aspidis mantém viva em sua música. Um black metal soturno, sufocante com nuances industriais que deixará o amante do gênero conturbado. Essa demo (lançada em 2012) contém quatro músicas, destacando "Lifeless River" com seu climão pesado e claustrofóbico. Vale a pena conhecer esse trabalho dos caras - que infelizmente foi o único - deixando aquela vontade "de quero mais" no ouvinte. 




Heliodora - Heartache [Independente/2014]
O Heliodora em Heartache, seu primeiro full lenght, nos presenteia com uma música sofisticada, viajante e por vezes perturbadora. Capitaneado por Fabiano Pimenta, que em um passado não tão remoto executava os ruídos do Kalvary Bass e que agora surpreende com o Post-Rock instrumental do Heliodora. Onze músicas compõe o album de estréia. Para ouvir sozinho em um quarto bagunçado, curtindo uma daquelas fossas. 




No Sense - Burying My Dreams (7"Ep) [Independente/2013]
Nesse 7"ep o No Sense destila toda sua fúria num grindcore visceral sem tempo para tomar fôlego e sem firulas. Seis faixas fazem parte do track-list, sendo quatro inéditas e duas regravações, uma para "Putrefaction" e a outra para "Ignorance and Death" que marcavam presença na primeira clássica demo Confused Mind lançada originalmente em 1991. Indicado para quem curte um grind mais na veia old-school.




Writhing Mass - Human Capital (7"Ep) [Never Altar/2016]
Os americanos do Writhing Mass destroem tudo pela sua frente nesse debut ep, tocando um deathgrind matador e extremo. O disquinho nos leva à insanidade sonora desse power-trio em 9 faixas. Os caras já tocaram em renomadas bandas grind como Triac, Defeatist e Asra. Então é certeza de barulheira das boas. Comprovem esse massacre sonoro!




Petiot - EP 2014 [Independente/2014]
Sangue, tripas, corpos em estado de putrefação, nada disso é mais nojento do que o splatter grindgore produzido pelo Petiot e diga-se de passagem, com muita competência. Esse artefato foi lançado de maneira independente no ano de 2014. E é difícil de entender porque nenhum selo especializado se interessou em lançar essa belezura em cd ou até mesmo em vinil, uma vez que esses mesmos selos empurram bandas de qualidade inferior na cena gore/grind com frequência. O ep é composto por 6 faixas, que em termos sonoros não devem em nada aos grandes nomes do estilo. Vale (e muito) a audição.




Pigskinner - Leech [Independente/2015]
Projeto de um homem só, Johnny Shitkicker, vindo de Atenas (Grécia) que executa um Death/Goregrind violento na linha de bandas como Birdflesh, Anal Cunt e Last Days Of Humanity, inclusive levando um cover desse último para a música "Born To Murder The World". Esse debut vem com 15 faixas e foi lançado de forma independente, sendo uma das revelações do Goregrind do ano de 2015. Boa dica para os fãs do gênero. 




Necromorph - Under The Flag [Defying Danger Records/2016]
Segundo full-lenght desses alemães insanos. Despejando em nossos ouvidos um mix letal de death metal/grindcore/crust. Essa pérola do underground vem com 15 faixas pra nenhum amante do gênero colocar defeito. Tem lugar garantido entre os melhores do ano na minha lista. Vale destacar a faixa Massendelikt com levadas hardcore/grind perfeitas e um vocal bem original (pelo menos para o estilo) no refrão.




Reaktion - Blackmailed Existence [Independente/2016]
Só tenho uma palavra para descrever o thrash metal feito por esses espanhóis de Barcelona, "fodástico"!  A gravação é espantosa de tão bem caprichada. As músicas são executadas de uma maneira bem peculiar, o que só tem a engrandecer o material aqui apresentado, 10 faixas em aproximadamente 40 minutos de duração, que  não torna o album cansativo ao ouvinte. Boa pedida para os fãs de um thrash que equilibra bem o lado melódico com o lado agressivo. 




Reator04 - Unreleased Noises 2011-2013 [Independente/2016]
Grind, noise, industrial, frequências inaudíveis, tudo mixado caoticamente. O Reator04 surgiu em 2011 da mente confusa do meu amigo Pedro (Barata Noise Knup para os íntimos e, que fora outras coisas me ajudou em alguns trabalhos do Fuck The Devil). E desde então tem lançado materiais de extremo mau gosto anti musical. Esse é um apanhado de sons produzidos entre 2011 e 2013 que ainda não tinham sido despejados na cena underground. Se você curte música na forma tradicional passe bem longe disso aqui.




Azorrague - Bring Of Terror [Independente/2016]
Bring Of Terror é o novo album de estúdio dos paranaenses do Azorrague. Enquanto o debut Die With Us seguia uma linha mais brutal do death metal, esse segundo album aposta em um death metal mais na linha old school com forte influência do thrash metal. É evidente a evolução na música do Azorrague, isso devido ao tempo que tiveram para trabalhar nesse novo play. Os riffs de guitarra estão mais técnicos, a bateria mais encorpada e os vocais de Fernando (que também assume a função de baixista) estão bem agressivos porém inteligíveis. A gravação, impecável, é o grande diferencial do disco. Metal extremo de qualidade inegável.




Smut - Slop [Splatter Zombie Records/2016]
Album de estréia dos americanos do Smut e que detonam um doentio death metal com altas doses de grindcore e crustcore. Na formação há membros do Blood Freak, Fornicator e Lord Gore. Então se prepare para um som ultrajante com uma gravação bem old-school, o que só abrilhanta o material. Entre algumas faixas há vinhetas de filmes obscuros de terror/gore o que dá um clima bem aterrorizante ao disco. Indicado para quem procura coisa nova no gênero e que não será um serviço em vão. Podem ouvir sem medo que o negócio aqui é porrada nos ouvidos!




Scour - EP [Housecore Records/2016]
Novo projeto de Phil Anselmo (Pantera, Down) juntamente com membros de bandas como Cattle Decapitation e Pig Destroyer. Só entrou aqui nas resenhas do Barulheira Extrema Webzine porque o som é foda, uma mistura louvável de death metal e black metal, os moderninhos podem rotular de blackened death metal, mas deixando de lado os rótulos desnecessários, o que ouvimos aqui é um som sem frescuras, sem bases complicadas cheias de virtuosismo, metal extremo em seu estado mais degradante . O ep é composto de seis faixas brutais e tenho certeza que ao ouvir você não vai dar a mínima para as polêmicas atitudes de Phil. Então faça bom proveito deste petardo!




Insepsy - Diagnostic And Statistical Manual Of Mental Dis-Orders [Cemitério Records/2016] 
Finalmente o debut full-lenght desses maníacos cearenses "deu o ar das graças". O petardo emana violência sonora da mais extrema qualidade. Goregrind bruto nos moldes de Dead Infection, Pulmonary Fibrosis, Regurgitate, entre outras igualmente insanas. Destaque para a gravação onde os instrumentos estão bem audívies e equalizados o que só torna a audição do disco mais prazerosa. A capa também é um destaque à parte, uma verdadeira obra de arte da nojeira explícita. Parabéns à Cemitério Records pelo grande lançamento. Vida longa ao Insepsy!




Desolator - Spawn of Misanthropy [Independente/2016]
O Desolator é uma boa surpresa vindo do berço do death metal europeu, a Suécia. A banda vai mais na linha old school do gênero supracitado tendo como influências bandas, tipo: Immolation, Dismember, Bloodbath e Vader. O ep é composto por 4 faixas bem produzidas, mostrando todo o potencial que a banda tem. Agora é só aguardar que um selo renomado aposte nos caras porque qualidade/talento eles tem de sobra.




Tumbero - Traição EP [Noise Discos/2016]
O Tumbero é um quarteto do sul de Minas que pratica um grindcore com forte influência de power violence e crustcore. O som dos caras é bem direto e agressivo, pancadaria do início ao fim sem descanso. No track list do ep quatro músicas autorais e dois covers, um para Raping The Earth do grande Extreme Noise Terror e o outro para Penso Logo Desisto do brasuca Lobotomia. Esse já é o terceiro ep que os caras estão lançando, os anteriores também vão na mesma pegada. A banda está preparando algumas cópias físicas desse trabalho e vale todo o sacrifício em adquirir. Uma grande surpresa. Recomendadíssimo!


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Entrevistas

Vindo diretamente da caótica São Paulo o Black Sun Void nos apresenta seu drone doom chapado e angustiante. Confiram a entrevista que realizei com o único membro e fundador Mateus Henrique.




BEWZ- Quando iniciou as atividades do Black Sun Void?
Mateus: Eu comecei o projeto no final de 2015, depois de ter ouvido centenas de trabalhos de drone, decidi criar a banda.

BEWZ- O Black Sun Void já se apresentou ao vivo ou é apenas um projeto de estúdio?
Mateus: É apenas um projeto de estúdio, onde o objetivo principal é explorar as possibilidades de gêneros como drone doom e o dark ambient.

BEWZ- Porque fazer drone-doom num país onde há pouca visibilidade para o gênero?
Mateus: Em primeiro lugar, eu faço por amor, eu sempre tive uma enorme paixão por estilos experimentais, como o drone doom, noise, ambient music e vários outros gêneros obscuros. Sei que aqui no Brasil esses gêneros não são muito populares, mas eu não criei o Black Sun Void com o objetvo de agradar um grande público ou de ganhar dinheiro. Todos os álbuns da banda serão sempre gratuitos, e pra mim mesmo tendo uma audiência pequena, é sempre uma honra ter algum ouvinte que curta gêneros tão inteligentes como o drone doom.

BEWZ- Que materiais o Black Sun Void possui?
Mateus: Ao todo eu lançei dez álbuns pelo bandcamp, que foram concebidos entre o período de janeiro e julho de 2016. Eu poderia ter lançado pelo menos catorze álbuns mas os que não foram publicados não estão à altura de tudo que já foi publicado, portanto vão ficar na geladeira até se tornarem composições melhores.

BEWZ- O que te influencia na hora de compor as faixas?
Mateus: Eu procuro manter a minha mente vazia na hora de compor as músicas, mas durante o período de uma composição e outra, procuro ouvir vários álbuns de drone ao mesmo tempo e acho que isso acaba influenciando o trabalho final. Um exemplo são as faixas do álbum Static Disaster, que tem uma direção bem diferente do que eu tinha planejado, e isso ocorreu por conta de eu estar ouvindo Stars Of The Lid e outros grupos de ambient music. Ou seja, tudo que escuto pode acabar influenciando todo o planejamento das músicas. 



BEWZ- Quais outros artistas de drone-doom que você admira?
Mateus: Sunn O))) e Earth são as minhas maiores influências. Eu amo o trabalho de Dylan Carlson e o de Stephen O'malley e o Black Sun Void provavelmente não existiria se eu não tivesse conhecido esses artistas.

BEWZ- Você tem outros projetos?
Mateus: Sim. A minha banda principal é o Ancient Tower, uma banda de doom metal tradicional com fortes influências de Candlemass e My Dying Bride. Atualmente o projeto está congelado por que eu sou muito perfeccionista com tudo que faço em relação à essa banda, e no momento estou sem os recursos necessários para criar um som que chegue num nível de extrema qualidade. Algumas demos dessa banda estão espalhadas pelo youtube e planejo retomar suas atividades em meados de 2017.

BEWZ- O que você acha da facilidade que se tem hoje em dia para 
uma banda/projeto divulgar seu trabalho?
Mateus: Acho que nunca houve uma época tão fácil para divulgar uma banda como a que estamos vivendo. Por outro lado, há uma quantidade tão grande de artistas publicando trabalhos de forma independente que se torna quase impossível obter algum destaque, mesmo se o trabalho for de alta qualidade. Parece que hoje em dia um artista tem que ter bastante sorte pra conseguir popularidade em seus trabalhos.

BEWZ- Tem conhecimento de outros projetos do gênero aqui no Brasil?
Mateus: Infelizmente eu conheço poucos trabalhos de drone criados aqui no brasil, mas conheço a banda Sobre A Máquina, alem é claro, do Under The Pain, que me agradaram bastante.

BEWZ- Cara, prazer enorme em ter o Black Sun Void aqui no Barulheira Extrema. Deixe uma mensagem para o pessoal que tá ligado aqui no Webzine.
Mateus: O prazer é todo meu. Eu agradeço à todos aqueles que ouviram alguma música do projeto. Isso significa muito pra mim e espero que vocês curtam todos os trabalhos que já estão publicados e os que estão por vir. Muito obrigado pelo espaço!


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A banda Kill The Whore é de dupla nacionalidade. Formada por Thiago que reside em Magé estado do Rio de Janeiro e Andy Chuc que vive em San Pablo estado de Orange Walk em Belize. Tocam um extremo Death Metal com influências de Goregrind para deixar qualquer fã do gênero traumatizado por dias. Segue a entrevista que fiz com os dois elementos.




BEWZ- Falem para os leitores do Barulheira Extrema Webzine como surgiu a idéia de formar o Kill The Whore? 
Andy Chuc: Obrigado por seu tempo. A idéia da Kill The Whore surgiu porque simplesmente me agrada bastante a música Gore. Depois de tocar com outras bandas de outros estilos, me animei a formar a Kill The Whore em 2011 e fazer mais música brutal para o mundo.

BEWZ- Como é o esquema de produção das faixas do KTW? Já que Andy mora em Belize e Thiago no Brasil?
Andy Chuc: Tudo é feito por e-mail. Eu faço o vocal e as letras e Thiago tem se encarregado do instrumental, mixagem e masterização da Kill The Whore.

BEWZ- Qual a abordagem das temáticas líricas do KTW?
Andy Chuc: As letras falam de enfermidades, assassinos em série e histórias fictícias de horror.

BEWZ- O som do KTW é bem agressivo, brutal e técnico. Eu particularmente gosto bastante. Vocês podem citar algumas influências? 
Andy Chuc: Musicalmente, bandas como Disgorge (Mex), Bestial Devastation (Ita), Pathology, Brodequin e bandas de Punk têm nos inspirado.

Thiago C.: Eu me influencio em bandas como Brujeria, Cephalic Carnage, Exhumed, Carcass, Napalm Death e um monte de coisa nada a ver com Goregrind também rsrs.

BEWZ- Tomei conhecimento do som do KTW acho que em 2013 e achei interessante o fato de um dos membros ser de Belize, país sem tradição em se tratando de som extremo. Há alguma cena underground em Belize? 
Andy Chuc: O Metal em Belize é muito underground, mas há sim bandas de Metal Extremo, como Lasher Zombie, Sick Mutation, Hanal Pixan e outras mais.



BEWZ- Pelo fato dos membros viverem distante um do outro é complicado a realização de shows. O KTW já tocou ao vivo? Se não, existe a possibilidade do KTW se apresentar ao vivo algum dia? Vcs já pensaram a respeito? 
Andy Chuc: Desgraçadamente não tocamos ao vivo, mas é uma idéia que Thiago e eu estamos pensando há tempos, em fazer uma tour.

Thiago C.: Se essa crise miserável que assola o nosso país me permitir sair da bancarrota, quem sabe né? rsrs Há tempos eu penso em juntar grana e me tacar pra Belize pra armar esse tour, ao menos por Belize e México. No Brasil, sabemos o quanto é difícil uma banda underground tocar em outro estado, que dirá trazer membros de outro país. Mas se algum organizador manifestar interesse, estamos aí! ehehe

BEWZ-  Quais os materiais que a banda já lançou ? E se tem alguma novidade à caminho?
Andy Chuc: Lançamos o EP "The Art of Disembowelment" (2013), nosso primeiro álbum "The First Stage of Decomposition" (2014), e nosso último álbum foi "Chronic Anthropophagy Thanatophilia Fetistic Morgue" (2016). Estamos planejando gravar um novo álbum e lançá-lo no próximo ano.

Thiago C.: Só fazendo um adendo ao que o Chuc disse, vamos começar a gravar o álbum no começo de Setembro, e a previsão de lançamento é provavelmente em Janeiro de 2017. Até lá, devemos soltar uns singles ou EP, como de costume, antes de lançar o álbum finalizado.

BEWZ- Vocês tem projetos paralelos ao KTW? 
Andy Chuc: Sim. Sou vocalista do Sick Mutation, Flames of Apocalypse, Hanal Pixan e Lasher Zombie.

Thiago C.: Atualmente, meu único projeto paralelo ao Kill The Whore é o Stoner Sun (Psychedelic Rock/Stoner Metal).

BEWZ- Hoje em dia existe uma facilidade para o artista independente divulgar seu material. A internet é um grande meio de divulgação. Qual a opinião do KTW sobre isso?
Andy Chuc: Em um país como Belize, onde o Metal não é algo muito bem visto, a internet tem nos ajudado muito a divulgar nosso som, e a nos conectar com outras bandas e pessoas com nosso mesmo gosto e amor à música Metal.

Thiago C.: Assim... ajudar, ajuda e muito. Eu seria um hipócrita em falar que não, até porque tenho um Webzine e divulgo minha música em plataformas de mp3. O único problema que vejo é que o material físico meio que perdeu o sentido pra muita gente na atualidade, e o que mais prolifera é o mp3 grátis. É um formato excelente pra se conhecer o som, mas perde muito em qualidade sonora. Além do que, o cara investe horas e horas compondo, fazendo manutenção de instrumentos, gravando, mixando, masterizando, paga internet, toma tempo, gasta luz e geral só quer baixar grátis. Nada contra. Tem gente que não tem mesmo, então baixa de graça. Apóio totalmente. O foda é gente que tem como e baixa sempre grátis e diz que isso é apoiar a banda. Se metade do pessoal que diz que curte a banda comprasse o disco ao invés de baixar grátis, teríamos condições muito melhores de fazer trabalhos cada vez mais competentes. Dinheiro de banda seria pra investir em banda. Não somos ricos. O Andy nao é e eu também não. Moro na Baixada Fluminense. Tenho certeza que vai ter uma galera que vai descascar minha resposta, mas enfim... é isso o que eu vejo hoje em dia. Acho que o trabalho artístico de alguém deveria ser mais respeitado. Arte insana também é arte, não nos esqueçamos disso!

BEWZ- Foi um prazer em ter o KTW aqui no Barulheira Extrema. Deixem uma mensagem pro pessoal que tá ligado aqui no webzine.
Andy Chuc: O prazer é nosso! Muito obrigado pela entrevista e muito obrigado a todos os que apóiam a Kill The Whore. Divulguem nossa música com seus amigos e sigam apoiando o underground!

Thiago C.: Muito obrigado pelo teu tempo e pelo interesse na banda! Desde já agradeço aos leitores do zine. Sabemos o quanto é difícil sobreviver no underground nacional e mundial, mas não devemos nunca abaixar a cabeça, e devemos sempre seguir em frente! Valeu a todos aí, e sigam com muita brutalidade nas zorêia rsrs.


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Pastora Maria conseguiu projeção no underground nacional ao postar algumas de suas músicas numa rede social. Teve até reconhecimento do Ratos de Porão ao ter um vídeo postado na página oficial da banda em outra famosa rede social. O som é um grindcore ultra violento, não ficando atrás das bandas mais respeitadas do estilo. O projeto pretende até o início do ano que vem lançar o tão aguardado album de estréia. Segue aí a entrevista que fiz com a irmã Maria que empresta seu nome ao projeto. Haha!




BEWZ- Obrigado por ter cedido um espaço em sua agenda para responder essa entrevista para o Barulheira Extrema Webzine. Eu imagino o quanto a Senhora deve ser ocupada em relação aos trabalhos da sua igreja. 
Pastora: Imagina! Sempre que posso, tento divulgar a palavra do Mestre para todos os meios, assim que o tempo me permite.

BEWZ- Como a senhora se envolveu com música extrema, no caso o grindcore?
Pastora: Bom, primeiro foi com o Death Metal. 
Havia uma banda de metal de frente para minha casa. Eles eram em quatro jovens e ensaiavam mais ou menos umas duas vezes por semana. Aquilo a princípio me incomodava muito, mas eu sempre me lembrava de que  tinha um sobrinho muito querido e que também gostava de metal extremo. Isso me fazia relevar o fato. Então, depois de um tempo eu passei a tentar divulgar os ensinamentos de Jesus para esses rapazes que de início repudiavam tanto a mim como os ensinamentos veementemente. Mas eu nunca desisti, por mais que eles xingassem a palavra e a mim, eu não me importava, estava sempre
determinada.  Até que depois de alguns meses, do nada eles disseram que gostariam de seguir o evangelho, mas com a condição de  que eu gravasse uma música com eles (Igreja Internacional). Me senti desafiada e aceitei o desafio. Ouvi várias bandas que meu sobrinho ouvia. Senti dificuldade no começo mas nem tanta, pois desde pequena eu já era envolvida com a música.  A úncia coisa que eu tive que fazer, era modificar o jeito de tocar e aumentar a velocidade... Em dois meses eu já estava apta para tocar Death Metal. Conversei com mais 3 irmãs que também já estavam acostumadas a tocar metal extremo pelo fato de elas já terem tido bandas do estilo e terem entrado recentemente para nossa igreja. Fizemos os testes e adoramos. Os jovens que nos desafiaram, ficaram boquiabertos com o resultado, pois nem eles tinham capacidade para criar aquela música. 
Tudo foi novidade e a recepção teve uma proporção muito maior do que esperávamos. Todavia, as outras 3 irmãs estavam habituadas ao grindcore, que era o som que elas mais gostavam antes de se converterem. Me mostraram algumas bandas e conseguiram me convencer. Eu achei até melhor e mais prático para tocar (risos). E assim foi minha entrada para o grindcore.

BEWZ- E quando resolveu iniciar as atividades com a banda Pastora Maria?
Pastora: Após a receptividade  das primeiras demos gravadas e a cooperação das outras irmãs que tocam comigo e que concordaram com o nome da banda, já que toda a iniciativa teria partido de mim.

BEWZ- Quais são os outros membros da banda e suas respectivas funções?
Pastora: Atualmente a banda é formada por:
Pastora Maria - Vocal e Guitarra
Missionária Sandra - Guitarra
Irmã Tereza - Baixo
Pastora Neide - Bateria

BEWZ- O que o pessoal da sua igreja achou quando a senhora resolveu tocar um estilo de música barulhenta como o grindcore?
Pastora: A princípio achou que eu estava louca e que estava me afastando da igreja (risos). Mas depois de muitas conversas entenderam a proposta e logo de cara viram que estava dando resultado e trazendo novos jovens para Deus.



BEWZ- A senhora tem a pretensão de lançar um album completo?
Pastora: Tenho sim. Assim que me for permitido, lançarei o quanto antes. Essa idéia vem rodeando a minha mente já faz um tempo. Dentro em breve começarei os ensaios com as outras irmãs nas criações das músicas.

BEWZ- Em relação à shows, pelo que eu saiba a senhora ainda não se apresentou ao vivo, existe a possibilidade disso acontecer? Show da Pastora Maria?
Pastora: Talvez um dia. Tudo é muito difícil. Isso envolveria o meu tempo e o das outras irmãs que também são muito ocupadas com os trabalhos voluntários da igreja que são inúmeros e tem ajudado muita gente, Graças a Deus.
Outro fator é que nossa igreja não teria suporte para um show desse tipo e os únicos lugares que teriam, são lugares dos quais nunca pretendemos entrar.

BEWZ- Quais as bandas que a senhora admira? Pode citar para os nossos leitores algumas de suas influências?
Pastora: Eu não tive muitas influências. De início minhas influências eram todas baseadas nos rapazes que tocavam de frente pra minha casa e depois dos CDs que meu sobrinho colocou para eu ouvir, dos quais não me lembro mais os nomes.

BEWZ- E sobre a cena underground de música extrema como death-metal, grindcore, goregrind o que a senhora tem a comentar?
Pastora: Não tenho nada a comentar  porque, até um tempo atrás, eu nem sabia que esse movimento existia (risos). Só tenho a agradecer pela receptividade que foi muito boa, muito maior do que eu e as irmãs esperávamos. Muito obrigada a todos vocês e permaneçam no caminho do bem.

BEWZ- Uma grande honra em ter a Pastora Maria aqui no Barulheira Extrema Webzine. Deixe um recado para os nossos leitores.
Pastora: A honra foi toda minha. Jamais esperei que fosse ser entrevistada algum dia por um zine de metal extremo. Fico muito feliz e tudo que tenho a dizer é que Deus tem um propósito na vida de todos vocês, por mais que pareça que não, um dia tudo se desenrola e o entendimento chega.
A paz de Deus para todos vocês.
Muito obrigada.


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Cine Terror/Gore



Train To Busan [Paris Filmes - Coréia do Sul/2016]

Resenha:
Fui assistir Train To Busan sem esperar por muita coisa, afinal o tema zumbi no cinema está mais do que manjado, mas me equivoquei ao pensar assim. O filme já nasceu clássico. Dificilmente o espectador ficará indiferente ao ver as cenas que são muito bem filmadas e de um nervosismo poucas vezes visto nesse tipo de filme. Tudo aqui funciona e muito bem, desde a direção até a atuação do elenco. Simplesmente foda! Faça o download e aproveite suas quase duas horas de duração, que passa num piscar de olhos.

Sinopse: 
Na Coreia do Sul, um vírus zumbi toma conta do país. O terror só piora quando os passageiros de um trem, saindo de Seul e indo para Busan, acabam descobrindo isso quando uma das pessoas a bordo está infectada.





Rammbock - Berlin Undead [Filmgalerie 451 - Alemanha/2010]

Resenha: 
Gore alemão que aborda a temática zumbi. Apesar do tema batido o filme se sobressai dentre a enchurrada de produções que seguem o mesmo caminho, com cenas bem elaboradas e muita tensão. O filme não chega perto dos grandes clássicos do gênero mas dá pra se divertir um bocado assistindo ele.

Sinopse: 
Rammbock - Berlin Undead é um thriller de terror realizado na Alemanha que explora o tema zumbis. No filme, quando Michael chega a Berlim para visitar a sua ex-namorada Gabi, um terrível vírus começa a se espalhar por toda a cidade a um rítmo acelerado, transformando as pessoas em maníacos homicidas. Para preocupação de Michael, Gabi não está em casa, e é aí que ele conhece Harper, um aprendiz de canalizador adolescente que trabalha no prédio. Juntos, eles conseguem se entrincheirar quando hordas furiosas de pessoas infectadas invadem o edifício. Rodeados por esses zumbis sedentos, Michael e Harper estão muito ocupados em sobreviver — e vão ter de usar toda a sua criatividade para trilhar o caminho para tentar encontrar Gabi.





Within The Woods [Independente - EUA/1978]

Resenha:
Curta metragem produzido por Sam Raimi em 1978 que serviu de base para Evil Dead (1981). A imagem não é das melhores mas vale como curiosidade. Aqui Sam Raimi já se utilizava de sua câmera frenética que virou marca registrada em várias de suas produções (o próprio Evil Dead, Darkman e Drag Me To Hell) e a presença sempre marcante do seu fiel amigo Bruce Campbell. O orçamento do curta foi míseros 1.600 dólares, isso para conseguir vender a idéia do que seria o primeiro Evil Dead e foi bem sucedido.

Sinopse:
A história aqui mostrada é como um esboço do Evil Dead. Um grupo de amigos vai para uma casa no campo, e então Bruce (Bruce Campbell) e Ellen (Ellen Sandweiss) resolvem fazer um piquenique. Acabam acordando forças malditas em um cemitério indígena. Então começa o sangue. Há algumas cenas aqui que depois foram refeitas quase iguais em Evil Dead.















Textos e Diagramação: Marcelo França

Revisão: Taty Souza

Bandas/Projetos interessados em ter seus materiais divulgados no Barulheira Extrema Webzine, entrar em contato no seguinte email: marcelofrancanoise@gmail.com


























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